Economia gaúcha registra crescimento acumulado de 12,2%

A economia do Rio Grande do Sul registrou um crescimento acumulado de 12,2% nos primeiros nove meses do ano passado. O dado integra o Boletim de Conjuntura divulgado pelo Departamento de Economia e Estatística, que está vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, do estado. Percentual que representa uma recuperação maior do que a do Brasil, com 5,7% neste mesmo período.
Um resultado que se deu mesmo com a queda na margem no terceiro trimestre, com elevada influência pela alta base de comparação do trimestre anterior, com safra recorde de grãos, com destaque para a soja. Em relação ao contexto nacional, a estiagem ao longo de 2021, as condições macroeconômicas de escalada de preços e elevação de juros foram motivos que desencadearam a retração do Produto Interno Bruto (PIB) no país no trimestre.
Já no mundo, houve crescimento no período, mas em ritmo mais lento. Isso em função de fatores como gargalos persistentes nas cadeias globais de abastecimento de matérias-primas, dos custos crescentes de insumos, alimentos e bens duráveis, além das crises energéticas e reduções ou retirada de auxílios econômicos ao redor do mundo.
Desempenho da economia no Rio Grande do Sul que deve seguir cercado de incertezas nos próximos meses. O panorama da estiagem, que é provocada pelo fenômeno La Niña, o recrudescimento da pandemia, os juros elevados no cenário macroeconômico nacional e a inflação em alta são questões que colaboram nesse sentido de indefinição.
MÁQUINAS AGRÍCOLAS SÃO BENEFICIADAS POR COMPRAS EXTERNAS
No que se refere à produção de máquinas agrícolas no Rio Grande do Sul, houve um beneficiamento das compras externas, tanto do restante do Brasil quanto de países da América do Sul. O mercado externo contribuiu de uma maneira bastante positiva para a expansão das atividades econômicas do estado ao longo do ano passados. Nos 11 primeiros meses de 2021, as exportações gaúchas superaram US$ 19 milhões, um crescimento de 49,8% em relação ao mesmo período de 2020.
RETOMADA NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Ainda conforme o documento, os dados de outubro direcionam para uma retomada na produção industrial no estado. Isso depois de alguns meses de desaceleração. Os setores do Comércio e Serviços passaram a sentir os efeitos da inflação no país. Mesmo que o mercado de trabalho no terceiro trimestre de 2021 tenha registrado uma melhora na ocupação, o mesmo comportamento não foi percebido no que se refere à massa de rendimentos, o que acarretou uma influência negativa nas vendas desses setores.
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A coordenadora do estudo, Vanessa Sulzbach, reforça que já há registros dos efeitos de uma nova estiagem sobre a produção do estado, com a magnitude ainda incerta, e que a expectativa é de que os preços dos produtos permaneçam em patamares elevados no mercado internacional.
- O que contribui para que o faturamento do setor não seja tão severamente afetado. Pelo lado da indústria, espera-se a continuidade de recuperação da produção observada nos últimos meses de 2021, porém com cenário desafiador para 2022. O arrefecimento da confiança dos empresários do setor e a estagnação da renda do trabalhador gaúcho, somados ao cenário de juros altos, devem limitar o nível de produção do ano que vem. O mesmo ocorre com os setores de comércio e serviços - explica Vanessa.
A análise do Boletim de Conjuntura, que foi divulgado pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, leva em consideração indicativos globais e os dados mais recentes sobre a atividade econômica, inflação, juros e contas públicas. Também são analisados o mercado de trabalho, expectativas de crescimento e a evolução da arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, principal fonte de receita do governo estadual.
* Com informações do Palácio Piratini